sábado, 9 de julho de 2011

Efeitos dos emagrecedores


Olá leitores, o post de hoje é sobre o efeito de alguns remédios que atuam como emagrecedores. Esse tema foi sugestão do professor MHL e estava bastante em foco na mídia pela iminente proibição destes pela Anvisa. A proibição ainda não foi confirmada, provavelmente haverá uma decisão definitiva em agosto.

O porquê da proibição se deve ao fato de esses emagrecedores, em especial a sibutramina, não são tão efetivos na perda de peso (ainda mais a longo prazo) e ainda aumentam significantemente o risco de doença cardiovascular. Esse risco, somado com a condição dos principais usuários, pessoas acima do peso, justificam o temor e até a proibição.

Mas, o que esses emagrecedores tem a ver com neurotransmissores? Isso se deve principalmente à ação deles. Vou focar principalmente na sibutramina, que era o principal alvo da proibição.

A sibutramina age no hipotálamo, onde estão o centro da fome e saciedade. Por ser um emagrecedor, espera-se que este fármaco tenha efeito inibidor sobre estes centros. Esse efeito ocorre porque ocorre a inibição da recaptadão de alguns neurotransmissores, em especial algumas monoaminas como a serotonina e a noradrenalina.

Esses neurotransmissores terão seus efeitos amplificados já que irão permanecer por mais tempo na fenda sináptica. A amplificação da serotonina provocará a sensação de saciedade que inibirá o apetite juntamente com a amplificação da noradrenalina. Um problema relacionado a noradrenalina é que este neurotransmissor atua também como vasoconstritor, o que provocará aumento da pressão, causador e agravante de doenças cardiovasculares.

Outra classe de emagrecedores são as anfetaminas, como femproporex, mazindol e dietilpropiona. Esses fármacos são especialmente perigosos pois agem na recaptação da dopamina e podem promover dependência nos usuários.

Fontes:

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Memória

Acredita-se que o armazenamento de informações é possível graças à variação na eficiência sináptica. Desse modo, eventos externos estimulam a comunicação entre os neurônios.


Um efeito chamado LTP (Long-Term Potentiation, ou Potenciação de Longa Duração) corrobora com essa teoria. Ele consiste no aumento da eficiência de uma sinapse por um longo período de tempo.


Eu vou explicar por meio de algumas analogias como funcionam a memória de curto prazo e a de longo prazo, pra facilitar o entendimento do resto da postagem. Vou começar pela de curto prazo:


A memória de curto prazo funciona basicamente por um efeito chamado retroalimentação. Na animação abaixo podemos ver um som saindo de um alto falante e chegando a um microfone, para então voltar para o alto falante e ser transmitido novamente. Vale lembrar que devemos considerar nesse exemplo que o alto falante está muito distante do microfone e que o som do "Alô" é o único som do ambiente, desse modo evitamos aquele barulho irritante conhecido como microfonia. Nesse sistema, enquanto o som pode chegar ao microfone e ser enviado ao alto falante a mensagem é mantida. Se uma dessas comunicações falhar o sistema "esquecerá" o que ele estava transmitindo, ou seja, a informação ficou gravada no sistema enquanto ele é capaz de circulá-la.

O que acontece com a memória de curto prazo é muito parecido, a informação passa pelos neurônios dando voltas, até que uma comunicação é rompida e ela é perdida.


A memória de longo prazo funciona de um jeito diferente. Enquanto a de curto prazo não altera a estrutura dos neurônios envolvidos, a de longo prazo altera com a eficiencia da transmissão de sinal por uma sinapse específica como se marcasse aquele caminho. Essa segunda animação serve apenas pra ilustrar essa variação na eficiência. Para iniciá-la basta clicar no botão "1° estímulo".






O que acontece nos neurônios quando é impressa uma memória de longo prazo é parecido com o que ocorreu com esse sistema hidráulico. Quando o neurônio é estimulado pela primeira vez a corrente é baixa, mas ela é capaz de alterar a estrutura daquele neurônio de modo que o segundo estímulo se torna muito mais eficiente. O que pode ser visto também nesse gráfico:




Então podemos observar que o LTP é o efeito por trás da memória de longo prazo e é o resultado de mudanças físico-químicas nas células envolvidas na sinapse. Vinculam-se essas mudanças à alterações nas atividades de um receptor do glutamato, o NMDA, que quando é ligado ao glutamato diante de certas circunstâncias causa uma reação em cadeia que modifica a eficácia da sinapse.



Esse esquema representa como o receptor NMDA funciona. O íon Mg2+ que bloqueia o canal é removido com a despolarização da membrana por meio de uma outra sinapse. Desse modo, o glutamato pode se ligar ao receptor, que permitirá a entrada dos íons Ca2+ e Na+, além de permitir a saída do K+.

A principal diferença desse receptor de glutamato para os outros, como o AMPA está na passagem do Ca2+. A entrada esse íon na célula pós-sináptica ativa uma enzima chamada Cálcio-Calmodulina-Dependente Quinase II (CaMK2). A CaMK2 fosforila o outro receptor do glutamato, o AMPA, o que o faz mais permeável a íons de sódio, diminuindo o potencial de repouso da célula e tornando-a mais sensível a impulsos. Além disso há evidências de que a ação do CaMK2 é responsável pelo aumento no número de receptores AMPA na sinapse. E é assim que a sinapse se torna mais eficiente.

Bibliografia:
http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/L/LTP.html;
http://pt.scribd.com/doc/1047/The-Role-of-NMDA-Receptors-in-Learning-and-Memory-in-Rats.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Mouse Party - Efeitos das Drogas no Organismo

O Genetic Science Learning Center da Universidade de Utah desenvolveu essa belíssima animação sobre o efeito das drogas no organismo. Nela você pode ver ratinhos após o uso dessas drogas. Vale a pena dar uma conferida. Você também pode vê-la no site de origem clicando aqui.







sábado, 2 de julho de 2011

Painéis do Seminário.

Boa Noite, queridos leitores!
      Há um certo tempo não postamos com tanta regularidade neste blog, e por isso pedimos desculpas. Acho que falo por todos quando digo que o primeiro semestre foi (está sendo!) um pouco mais conturbado do que imaginamos que seria e, agora falando por mim, se adaptar ao modo de funcionamento da Universidade quando se está acostumado com o Ensino Médio leva tempo e necessita de muita organização.    Portanto, peço mais uma vez desculpas pela falta de regularidade.
      Durante esse mês, apesar de poucas postagens não ficamos ociosos, trabalhamos muito para apresentar um seminário de qualidade, e ficamos muito satisfeitos com o resultado! Coloco abaixo os painéis que fizemos para tais apresentações (clique nas imagens para expandi-las!)
Painel Caio

Painel Catarina

Painel Alexandre

Painel Yuri (gostaria só de ressaltar que a primeira imagem desse painel foi feita pelo próprio Yuri!)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Transtorno de Humor Bipolar- THB

DEFINIÇÃO

É um transtorno afetivo que afeta cerca de 1,5% da população mundial e se inicia, comumente entre os 20 e 30 anos de idade e apresenta alternância entre estados depressivos e maníacos ou ambos ao mesmo tempo.

CAUSAS

Segundo o artigo "As bases neurobiológicas do transtorno bipolar", essa doença pode ter como causa alterações bioquímicas e moleculares nos sistemas de neurotransmissão ou nas vias de transcrição de sinais e de segundos-mensageiros. No caso dos neurotransmissores, essas alterações envolvem a regulação das aminas biogênicas (principalmente noradrenalina, serotonina, dopamina e acetilcolina), que estão envolvidas em estados comportamentais de irritabilidade e medo e a sensibilidade de seus receptores. Está envolvido também, o ácido gama-aminobutírico (GABA), que regula a atividade das aminas biogênicas e dos estabilizadores de humor.
Vale lembrar que essas alterações do sistema de neurotransmissão devem ser avaliadas no conjunto, pois se trata de uma doença poligênica e complexa.
Um dos principais achados em relação ao THB é a diminuição do córtex pré-frontal em relação a pessoas normais, que está relacionado com as funções de regulação no comportamento, julgamento, controle de impulsos e planejamento.
Com relação ao sistema de mensageiros, que desencadeiam diversos processos neuroquímicos, há alterações nas proteínas G (transcrição de informação celular através da membrana, e modulação dos sistemas de receptores de monoaminas), AMPc (sinalização intracelular e mediação da ação dos estabilizadores de humor), PKC (proteína quinase c- aumenta e excitabilidade neuronal e a liberação de neurotransmissores).

CLASSIFICAÇÃO

O THB é classificado em tipo I e tipo II. O primeiro é aquele em que se alternam fases maníacas e depressivas, não necessariamente um seguido de outro. Geralmente, os pacientes apresentam a prevalência de um desses episódios em relação ao outro. O tipo II apresenta episódios depressivos e hipomaníacos (humor anormal e irritável)




SINTOMAS

Em episódios de manifestação maníaca, o paciente apresenta humor elevado, sendo este uma alegria intensa e grande auto-estima com sensação de grandiosidade, disposição física e falta de sono ou de grande irritabilidade. Apresenta elevação da percepção a estímulos externos, o que gera grande dificuldade de concentração, fuga de ideias (pensamentos tão rápidos que ele não conclui na fala) e falta de senso crítico. Em quadros graves, apresenta sintomas psicóticos que pode levar a abuso de álcool e drogas.
Já na manifestação depressiva, os sintomas são como os de uma depressão comum: baixa auto-estima, pouca disposição física, cansaço constante, lentidão, falta de interesse e concentração. Em casos graves, ideias suicidas, dores gastrintestinais e por todo o corpo.

Referências Bibliográficas:

Machado-Vieira, R.; Bressan, R.A.; Frey, B.; Soares J.C. 28/03/2005- As bases neurobiológicas do transtorno bipolar

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Miastenia Gravis

A Miastenia Gravis (MG) é uma doença que acomete a porção pós-sináptica da junção neuromuscular, local onde um neurônio de liga às fibras musculares para comunicação, cujo principal sintoma é uma fraqueza flutuante.Essa fraqueza advêm do fato que a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos fica comprometida e, portanto, certos movimentos ficam comprometidos. Os sintomas podem ocorrer em áreas específicas ou de forma generalizada.


Na maioria dos casos essa doença é causada por uma obstrução dos receptores da acetilcolina por um anticorpo. Desse modo o transmissor fica incapacitado de se ligar ao seu receptor bloqueando a contração muscular.


Como pode-se observar na figura, normalmente o neurônio libera a acetilcolina na junção quando a contração muscular deve ser feita. Acontece que um miastênico tem dificuldades de realizar essa comunicação. Quando é uma doença autoimune, anticorpos podem atrapalhar a recepção da acetilcolina e a contração muscular não será efetiva.


O mais interessante sobre essa doença é que quando o músculo fica em repouso ele não estimula a produção de anticorpos. Sem os anticorpos ele poderá ser estimulado até que o sistema imunológico recomece a atuar. Então a Miastenia Gravis é uma doença que oscila


Seu tratamento pode ser a partir de drogas que aumentam a produção da acetilcolina ou que reduzem a produção de anticorpos bloqueadores. Eles são:


- Mestinon (piridostigmina) – uma droga anti-colinesterase, que atua elevando as concentrações de acetilcolina;

- Corticóides (prednisona) – ele diminui a produção dos anticorpos que competem com o transmissor;

- Timectomia – remover o timo para evitar a formação dos anticorpos. É indicado para o início da doença.


Bibliografia:


http://www.pdamed.com.br/asspacgra/pdamed_0001_0005_00500.php;
http://pt-br.infomedica.wikia.com/wiki/Miastenia_Grave (imagem).

terça-feira, 21 de junho de 2011

Saúde da presidente Dilma Rousseff

Hoje, abordarei um tema que é de interesse e importância nacional: a saúde da Presidente Dilma Rousseff. Esse post tem como objetivo relacionar alguns aspectos e problemas de saúde da presidente com o tema do blog (neurotransmissores) e é baseado em uma reportagem exclusiva feita pela Revista Época no dia 28 de maio.
Dentre os vários problemas de saúde que a Presidente tem enfrentado nos últimos tempos , um chamou atenção especial: seu baixo nível de potássio no organismo, problema que pode ser chamado de hipocalemia. Este pode ter diversas causas, como ingestão insuficiente do nutriente, perdas renais e gastrintestinais aumentadas ou alterações no transporte intercelular. Alguns dos outros fatores que alteram esses níveis e desviam o potássio para o meio intracelular podem ser infusão de glicose, insulina, mineralo ou glicocorticóides, que são substâncias envolvidas no tratamento da presidente.
Mas qual a relação do baixo nível de potássio com as cãibras que Dilma apresenta?
Sem potássio o funcionamento da bomba de sódio e potássio fica comprometido e esta é fundamental para a transmissão do impulso nervoso entre neurônios e nas junções neuromusculares (mantém o potencial de repouso ou a polarização da célula). O potássio é necessário na regulação e definição dos potenciais de membrana do neurônio e da capacidade de ação dos músculos esqueléticos (voluntários) e cardíaco.
Para visualizar melhor como ocorre o funcionamento dessa bomba dependente de ATP clique no link:


Durante o repouso, ocorre um transporte ativo de íons pela membrana do neurônio contra os seus respectivos gradientes de concentração através da mudança de conformação espacial de uma ATPase (proteína de membrana). Nesse transporte, três íons de sódio ligam-se ao canal proteico e uma molécula de ATP fornece energia para a mudança conformacional do canal que levará os íons de sódio para o meio extracelular. Nesse processo, um íon fosfato do ATP (que se torna ADP) permanece ligado ao canal. A nova conformação desse canal apresenta alta afinidade com íons potássio. Assim, dois destes serão ligados ao canal para liberação no meio intracelular e causarão outra mudança na conformação da proteína, retornando à conformação original, o que causa liberação do íon fosfato que estava na proteína. Ao voltar à conformação original, o ciclo da bomba recomeça.

Vale lembrar que é um mineral essencial, ou seja, tem que ser adquirido por fontes externas, pois não é produzido pelo organismo. Sua deficiência pode causar as cãibras, arritmia cardíaca, fraqueza, fadiga e dor abdominal. Sua reposição é feita por meio da alimentação rica em frutas e legumes, principalmente banana, tomate, batata com casca, ameixa, laranja, espinafre amêndoas e passas. É feita também, como no caso de Dilma, por meio de medicamentos- dentre eles o slow-k utilizado por ela- que repõe esse nutriente. Esse medicamento contém, dentre outras substâncias, cloreto de potássio, que será totalmente absorvido no trato gastrointestinal.


Referências bibliográficas:

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Watch N' Ask

Continuando a série de respostas às perguntas feitas sobre o seminário temos mais duas respostas:

Pergunta do grupo de Homeopatia (Jéssica Othon, Natasha Caldas, Leonardo Vaz, Vitor Paiva, Jessica) para Neurotransmissores

Drogas estimulantes podem aliviar ou tratar sintomas de uma depressão?

A causa da depressão ainda é misteriosa, entretanto a partir de testes farmacológicos podemos associar essa doença ao desequilíbrio bioquímico dos neurônios que regulam o humor. Desse modo pode-se dizer que o modo mais eficiente de tratar a depressão é a partir do uso de drogas inibidoras, geralmente inibidoras da recaptação de certos neurotransmissores (serotonina e noradrenalina são os mais comuns) nas sinapses, aumentando sua concentração. Os antidepressivos inibidores são mais comuns por serem mais seletivos quanto ao local de ação, desse modo se tornam mais eficientes que o uso de drogas estimulantes.

Pergunta do grupo de Bioquímica da Nutrição (Letícia Pacheco, Gabriela Louise, Beatriz Freitas) para Neurotransmissores

Qual o papel das junções comunicantes nas células da região cerebral durante o desenvolvimento embrionário, já que nesse estágio elas ainda não são responsáveis pela sincronização da atividade elétrica ?

As junções comunicantes conectam as células tronco da região cerebral, mas essas junções, na fase embrionária, não são responsáveis pela sincronização da atividade elétrica, dado que essas células tronco ainda não estão em funcionamento. Logo, esses canais exercem uma função diferente: eles ajudam a controlar a divisão celular, elas mantém a organização do tecido em desenvolvimento evitando a perca do controle das divisões.

segunda-feira, 13 de junho de 2011


Olá para todos os leitores do blog! Esse post vai ser dedicado a responder uma dúvida do grupo de Corticóides que surgiu durante a apresentação do seminário a respeito do tema do blog. Espero que satisfaça a curiosidade de vocês sobre alguns aspectos relacionados à depressão.

Pergunta do grupo de Corticóides (Plínio Macedo, Nicolas Nogueira, Bruno Fonseca) para o grupo de Neurotransmissores


Como fatores externos que influenciam emocional, afetam bioquimicamente o funcionamento cerebral e desencadeiam doenças como a depressão? A genética influencia nesse processo?

Segundo diversos especialistas e segundo a matéria "Influências ambientais na saúde mental da criança", publicada no Jornal de Pediatria, "Os resultados negativos no desenvolvimento e comportamento são produzidos pela combinação de fatores de risco genéticos, biológicos, psicológicos, e ambientais, envolvendo interações complexas entre eles. Os fatores mais fortemente associados com a saúde mental da criança são o ambiente social e psicológico, influenciando mais do que as características intrínsecas do indivíduo. O efeito cumulativo de risco é mais importante na determinação de problemas emocionais da criança do que a presença de um estressor único, independente de sua magnitude." Dentre os problemas emocionais citados está incluída a depressão.
De acordo com a tese de inseparabilidade entre gene e ambiente, qualquer instância de comportamento decorre de efeitos genéticos e ambientais. O gene apresenta uma informação guardada que pode ser manifestada de maneiras diversas e de graus variáveis dentro do ambiente ao qual o individuo é exposto. Isso foi provado através do estudo de gêmeos monozigóticos e dizigóticos, onde os primeiros apresentaram depressão ao mesmo tempo entre 50 e 80% dos casos, enquanto os dizigóticos entre 15 e 25%. Portanto, a depressão é uma doença que pode ser determinada geneticamente e produzida bioquimicamente quando o indivíduo passa por algumas situações às quais não consegue se adaptar como traumas ou perdas.


Bioquimicamente, o que ocorre no cérebro é o mesmo processo de uma depressão comum, que não é, necessariamente, determinada geneticamente. Existem duas principais hipóteses a respeito:

- Hipótese das monoaminas- advém de uma hipoatividade , falta de liberação de monoaminas, principalmente serotonina e noradrenalina, na fenda pré-sináptica (inclusive foi a hipótese que auxiliou na criação de um dos remédios usados na depressão- os inibidores seletivos de recaptação de serotonina ou ISRS)
- Hipótese do hipofuncionamento de receptores monoaminérgicos- o problema, neste caso, não é a falta de neurotransmissores disponíveis na fenda pré-sináptica, mas algum defeito que ocorre nos receptores, mais frequentemente, os noradrenérgicos (receptores de noradrenalina).

Referências bibliográficas:

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sinapses III (Receptores na Membrana Pós-sináptica)

     Olá, queridos neurocuriosos! Hoje vou falar um pouco mais sobre as sinapses, fazendo uma abordagem mais geral sobre os receptores de membrana pós-sináptica.
     Os receptores são complexos proteicos que ficam na membrana pós-sináptica. Quando um neurotransmissor é liberado na fenda sináptica, ele se liga ao seu receptor específico e isso gera uma mudança conformacional nesse receptor, abrindo canais iônicos, que podem ou não gerar um impulso nervoso (leia sobre as sinapses excitatórias e inbitórias clicando aqui!).
   Os receptores podem ser divididos em dois grupos: receptores ionotrópicos e receptores metabotrópicos. Os receptores ionotrópicos são receptores em que os neurotransmissores se ligam, mudando sua forma tridimensional e abrindo o canal iônico (parte do próprio receptor), ou seja, é uma ativação do canal pelo próprio neurotransmissor.
      Os receptores metabotrópicos não são canais iônicos, eles são receptores que, ao serem ativados, desencadeiam reações intercelulares que ativam os canais iônicos. Isso acontece por sistemas de "segundos-mensageiros", ou seja, não é o neurotransmissor (primeiro mensageiro) que ativa o canal iônico, o ativar os receptores metabotrópicos e assim gerar mensageiros secundários (e estes irão se ligar ao canal iônico e estimular sua abertura).
       Uma das principais moléculas intermediárias desse processo é a proteína G (uma proteína que possui GDP ligado a subunidade alfta, umas das três subunidades da proteína G), ela está associada ao receptor de membrana. Quando o neurotransmissor se liga ao receptor, promove uma mudança alostérica na mesma e faz proteína G substituir o GDP ligado à subunidade alfa por um GTP, o que faz essa subunidade juntamente com o GTP, se desacoplarem das outras subunidades. "Livre", a subunidade alfa "desliza" sobre a membrana até chegar a uma proteína efetora, induzindo esta a abrir o canal iônico ou a começar reações bioquímicas que vão, indiretamente, gerar o pontecial de ação.
      Com os receptores ionotrópicos a transmissão é rápida, dado que basta o neurotransmissor se ligar à eles para o impulso começar a ser gerado, enquanto com os receptores metabotrópicos é mais lenta, já que depende de outras reações acontecerem.






quarta-feira, 1 de junho de 2011

Cafeína


Apresentando para vocês, possivelmente a droga mais utilizada no mundo: a Cafeína.

A Cafeína é um alcalóide que funciona como uma droga estimulante do SNC. Ela é muito encontrada no café, chá, guaraná, refrigerantes, energéticos, pílulas de dor de cabeça e até no chocolate.

A Adenosina, como já foi mencionado, atua como um redutor da frequência cardíaca, da pressão sangüínea e da temperatura corporal, causando uma sensação de sono, cansaço e fadiga. A cafeína funciona como um inibidor desses receptores de adenosina, dando uma sensação de energia, revigoramento e você fica "ligado". Outro efeito da cafeína é que ela induz a descarga de outros neurotransmissores, como a adrenalina, que te deixa mais alerta e acordado ainda.

A quantidade ideal de cafeína que o corpo consegue administrar sem grandes problemas é de 150, a 200 miligramas (que equivale a um espresso) por dia. Pessoas que ingerem habitualmente taxas assima de 250 mg por dia, podem ser consideradas dependentes moderadas. A dependência de cafeína é considerada tranquila, e não traz sérios danos à saúde(quando usado com cuidado).

Estudos trabalham na hipótese de que o café pode ajudar a prevenir a o Mal de Parkinson. No trabalho do Dr. G. Webster Ross foi estudado 8004 homens, e percebeu-se que quem não bebia café tinha um risco 5 vezes maior de que pessoas que tomavam café com freqüência.

O café não pode ser taxado como bom ou ruim para o organismo, pois seus poderes e atuações ainda são um mistério para a ciência, mas, cabe o velho ensinamento: "Tudo em excesso mata".

Bibliografia:
http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/350/efeitos-da-cafeina
http://super.abril.com.br/alimentacao/base-cafeina-447604.shtml
http://www.todabiologia.com/saude/cafeina.htm

terça-feira, 31 de maio de 2011

Neurotransmissores - Aminoácidos II


Muito bem, como prometido hoje vamos à segunda parte do post sobre aminoácidos. Da última vez falamos sobre o glutamato, principal neurotransmissor excitatório do SNC, hoje falaremos sobre o GABA, o principal inibitório.


GABA
O ácido gama-aminobutírico (GABA) é o principal neurotransmissor inibitório do SNC, ocorrendo n
uma faixa de 30 a 40% de todas as sinapses, perdendo somente para o glutamato. A concentração do GABA é tão expressiva que é de 200 a 1000 vezes maior que a da
acetilcolina.

Por ter caráter essencialmente inibitório, o GABA modula grande número de sinapses, evitando a superestimulação. Além disso modula a ação de vários neurotransmissores, incluindo serotonina, dopamina e noradrenalina.

É sintetizado a partir do L-glutamato por meio da enzima glutamato descarboxilase e sua inativação se dá por meio de transaminação, dando origem ao semialdeído succínico (vejam a figura para entenderem melhor). Tanto o GABA como o glutamato são sintetizados a partir do alfacetoglutarato, que é um dos intermediários do ciclo de Krebs.

O GABA segue um ciclo desde a sua liberação até sua reposição: após ser liberado por vesículas do neurônio pré-sináptico e ativar receptores no pós-sináptico, células da glia capturam o GABA e este sofre a transaminação. Esta se dá por meio de GABA-T (GABA transaminase) e seu produto é o semialdeído succínico. O semialdeído é oxidado e gera ácido succínico, que na mitocôndria é convertido em alfacetoglutarato, que pode seguir o ciclo de Krebs, ou por ação da mesma GABA-T, sofrer transaminação e se tornar L-glutamato (isso tudo está ocor
rendo na célula da glia). Como já vimos, o glutamato é geralmente presente na sua forma inativa, glutamina, e, após o transporte da glutamina da célula glial para o neurônio pré-sináptico, está pode retornar ao estado de L-glutamato e formar GABA, reiniciando o ciclo.

A glutamato descarboxilase (enzima que transforma o glutamato em GABA) apresenta como cofator o piridoxal fosfato. Esse nome difícil é o dado ao estado ativado da vitamina B6 e sua presença vai estimular a reação e, portanto, a formação de GABA. É por isso que quando há uma grave deficiência de vitamina B6 podem ocorrer convulsões, por insuficiência de GABA.

Ele está relacionado ao relaxamento, ao sono e produz um efeito relaxante no cérebro. Outro efeito interessante é que o GABA estimula a hipófise anterior, estimulando a liberação do GH. Este, que é o hormônio do crescimento, influencia a qualidade do sono. Com o aumento de sua concentração no corpo estimulado pelo GABA, promove-se um sono mais tranquilo e menos interrompido.

O efeito inibitório do GABA se dá por ele tender a igualar a carga elétrica do neurônio à do meio extracelular, e ele faz isso de duas formas: promovendo a saída de íons Cl- por meio de ligação aos receptores GABA-A e a saída de íons K+ ao se ligar a receptores GABA-B (Lembre-se que o meio extracelular é mais positivo que o neurônio). Esses dois receptores estão ligados a canais que permitem o fluxo desses íons.

Algumas drogas como o diazepam (Valium®) aumentam a sensibilidade do GABA-A ao GABA, promovendo uma ação mais prolongada e efetiva. Enquanto outras como a cafeína possuem efeito oposto. Por isso é que o diazepam é prescrito para controle de ansiedade, promove-se o efeito do GABA, que tem relação direta com ela.

Fontes:








domingo, 29 de maio de 2011

Esquizofrenia - parte 2

Nessa parte abordarei melhor a doença expondo as hipóteses que tentam apresentar as causas da doença a nível de neurotransmissores.

Hipótese dopaminérgica:

Com o desenvolvimento da indústria farmaceutica foram descobertas drogas que atuam na via da dopamina. Essas drogas poderiam ser classificadas em duas categorias: as psicoestimulantes e as antipsicóticas. As psicoestimulantes são aquelas que estimulam a produção da dopamina (como as anfetaminas). Esse aumento foi observado e percebeu-se que essa estimulação era responsáveis por sintomas chamados de positivos, sintomas como por exemplo a psicose experimentada pelos esquizofrênicos. Já as antipsicóticas praticamente fazem o inverso, elas não diminuem a produção de dopamina, mas competem pelos receptores nas sinapses. Desse modo o sinal é enfraquecido, como se menos dopamina tivesse sido liberada. Estudos com as drogas antipsicóticas relevaram diminuição desses sintomas positivos e por isso elas são usadas até hoje. A partir desses estudos, começaram a acreditar que a esquizofrenia era causada por variações na via dopaminérgica, alterando os valores que deveriam ser produzidos.

Fonte:
http://www.fmrp.usp.br/revista/2007/vol40n1/rev_mecanismos_acao_antipsicoticos.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbp/v25n3/a11v25n3.pdf

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Neurotransmissores - Aminoácidos I


Olá leitores!! Queria pedir desculpas pelo atraso nos posts, vida corrida na universidade, acabamos nos enrolando, mas agora vamos voltar a fazer tudo de acordo com a agenda.

Muito bem, o post de hoje é sobre neurotransmissores, fechando o trio neuropeptídeos, aminas biogênicas e hoje aminoácidos. Vou quebrar o post em 3 para não ficar muito carregado, esse primeiro será sobre glutamato, vou fazer um sobre GABA e outro sobre glicina e aspartato.

Eles são como o nome já diz aminoácidos com função de neurotransmissor, os principais sendo o glutamato, a glicina, o aspartato e o ácido gama-aminobutírico (GABA). São moléculas pequenas que podem ser ou inibitórias ou excitatórias.

Glutamato
Este é o principal neurotransmissor excitatório e o com maior concentração no SNC de mamíferos. Por ser um dos 20 aminoácidos que constituem as proteínas (assim como a glicina), pode-se achar glutamato em qualquer célula, mesmo que não tenha função de neurotransmissor.

O glutamato pode ser produzido pela transaminação do α-cetoglutarato, que pode produzir também piruvato ou oxaloacetato, importantes participantes de vias como o ciclo de Krebs e a gluconeogênese:

alanina + α-cetoglutarato ⇌ piruvato + glutamato
aspartato + α-cetoglutarato ⇌ oxaloacetato + glutamato


O glutamato possui alguns receptores como os de NMDA, AMPA e cainato(KA), que controlam diretamente os canais iônicos e promovem a despolarização que resulta no impulso nervoso (não se lembra? clique aqui).

Enquanto os receptores AMPA e KA permitem o influxo de Na+, o NMDA permite o de Ca2+. Receptores de glutamato são muito comuns, a maioria dos neurônios e até células da glia apresentam pelo menos um dos tipos.

O glutamato é especialmente importante porque pode-se observar que ele também tem um efeito tóxico quando em excesso. Por controlar informações importantes como diferenciação e morte celular, além de determinar formação e eliminação de pontos de contatos entre neurônios, o controle do glutamato deve ser preciso.

Para garantir isso, o glutamato está presente quase que exclusivamente intracelularmente, isso porque dentro da célula ele está inativo. Outro meio de inativar o glutamato é transformando-o em glutamina, quem faz isso são células da glia, que também possuem receptores para glutamato. Depois os neurônios transformam novamente a glutamina em glutamato.
Fontes:

terça-feira, 24 de maio de 2011

Serotonina- biossíntese, vontade de comer doces e problemas relacionados



Como há muito prometido, vou tentar desvendar hoje a relação entre a vontade louca de comer chocolate e a depressão com a deficiência na ação de alguns neurotransmissores, sendo o principal deles, a serotonina.
A serotonina (5-hidroxitripnamina) é uma substância produzida no sistema nervoso central e nas células entéricas (intestino), mas também pode ser encontrada nas plaquetas do sangue e no veneno de escorpiões. A substância precursora de serotonina do corpo humano é o aminoácido triptofano (5-HTP), encontrado em proteínas e laticínios (queijo, chocolates,enfim, derivados de leite), principalmente. Dessa forma, aumentando a ingestão de triptofano, a produção de serotonina é estimulada.


Depois ela é degradada pela desaminação oxidativa em acido 5-hidroxindolacético pela enzima monoamina oxidase e é excretada através da urina.
Ela está diretamente relacionada com transtornos afetivos e de humor, sono, atividade sexual, apetite e diversas funções cognitivas (memória e aprendizagem), além de ser uma das responsáveis pela sensação de prazer. Sua transmissão é feita de neurônio para neurônio e ela apresenta vários tipos diferentes de receptores, que são ativados de acordo com a função que ela precisa exercer em determinado momento.
Alguns dos receptores (5HT1, 5HT2, 5HT5) afetam a atividade da enzima adenilato ciclase (transforma ATP em AMPc na amplificação ou transdução de sinais em algumas vias metabólicas). Outros (5HT3, 5HT4 e 5HT2A) estão relacionados com o controle alimentar, vomitação e movimentos peristálticos. Há também aqueles associados ao sistema límbico do cérebro (5HT6 e 5HT7), que apresentam afinidade com drogas antidepressivas.




Serotonina- depressão e vontade de comer doces
Fatores como depressão, agressividade, ansiedade, insônia e excesso de emotividade do tipo que causa aquelas crises de choro repentinas e aparentemente sem explicação, afinal de contas, têm um motivo: falta de produção da serotonina. Ela também atua na região anterior do hipotálamo para regular a saciedade quando se trata da ingestão de açúcar e carboidratos.
É pela baixa produção desse neurotransmissor que nos fins de relacionamento, por exemplo, nos quais a pessoa está mais propensa a transtornos afetivos e baixa autoestima, ela fica extremamente voraz à procura de qualquer doce, principalmente, chocolate e pode ter ganho de peso e, em quadros mais graves, problemas para dormir (desequilíbrio entre a serotonina e a acetilcolina) . No entanto, um fato curioso: porque o chocolate em vez de qualquer outro doce?
Como já foi esclarecido antes, o chocolate apresenta triptofano. Assim, além de ser consumido devido à falta de controle da saciedade, o seu consumo automaticamente auxilia o corpo a produzir mais serotonina, na tentativa de elevar a sensação de prazer e bem-estar.
Quanto à depressão, esta tem como uma das várias causas o desequilíbrio dos níveis de serotonina juntamente com o de epinefrina e norepinefrina. Para tratar a doença são usados anti-depressivos que vão aumentar a disponibilidade desses neurotransmissores no sistema límbico (inibem a recaptação dos neurotransmissores pelos receptores pré-sinápticos).
A baixa produção gera distúrbios em algumas fases do sono, comuns em pacientes ansiosos, depressivos ou com transtorno obsessivo-compulsivo.
Apesar de parecer que a serotonina é a solução de todos os problemas relacionados às frustrações da vida moderna, sua produção excessiva pode gerar problemas na atividade sexual, pois ela apresenta efeito inibidor na liberação de hormônios sexuais pelo hipotálamo. Este é um dos principais desafios da produção de anti-depressivos. Procuram-se aqueles que afetem menos esse funcionamento.


Referências bibliográficas:

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sinapses II (Excitatórias e Inibitórias)

     Bom pessoal, leitores do blog comentaram comigo que as últimas postagens que fiz estavam muito grandes e que isso seria um desestímulo a ler, logo, vou tentar fazer essa de forma mais sintética, pois o tema do nosso blog é interessante de mais para não ser lido!
     Na última postagem falei um pouquinho da diferença entre sinapses elétricas e químicas, agora vou explicar pra vocês a diferença entre uma sinapse excitatória e e uma sinapse inibitória (ambas são tipos de sinapses químicas).
       Antes, gostaria de lembrar: a parte intracelular do neurônio é negativa em relação a parte extracelular, ou seja, o neurônio em repouso é naturalmente polarizado (ou seja, quando está polarizado não há transmissão de sinal).
      As sinapses excitatórias acontecem quando um neurotransmissor (geralmente a serotonina, o glutamato ou a acetilcolina) se liga ao seu receptor na membrana do neurônio pós-sináptico e induz que se abra um canal catiônico na membrana e Na+ entre no meio intracelular, gerando uma despolarização do neurônio a partir do aumento da concentração de íons positivos (e assim se transmite o sinal, o neurônio se despolariza e essa despolarização vai percorrendo todo o axônio, sendo rapidamente repolarizado depois de passar por ele). 
     As sinapses inibitórias acontecem quando um neurotransmissor (os mais notáveis são GABA e glicina) se ligam a proteínas transmembranas que abrem canais iônicos, assim como os excitatórios, mas os canais da sinapse inibitória abrem canais para a entrada de Cl- na célula e para saída de K+, logo, contribui para uma hiperpolarização do neurônio (o meio intracelular fica muito mais negativo) e isso inibe a propagação do impulso nervoso.

É isso aí, pessoal, qualquer dúvida perguntem nos comentários!



ACETILCOLINA - Síntese, Degradação e Aplicação de substâncias antagônicas

Como prometido, vou começar a aprofundar o tema dos neurotransmissores derivados das aminas biogênicas. A intenção é abordar a respeito de um ou dois neurotransmissores em cada postagem, ressaltando os aspectos bioquímicos de suas ações no organismo.


A acetilcolina é o neurotransmissor liberado por neurônios colinérgicos responsável pela contração de músculos (um dos principais) e pela aprendizagem e memória. No caso da contração dos músculos, a transmissão nervosa (nesse caso chamada de transmissão neuromuscular) ocorre em um local chamado de junção neuromuscular, onde o axônio se divide em diversas terminações e se liga à fibra do músculo esquelético .
Ela é produto da reação entre colina (componente da lecitina) e acetil-CoA na presença da enzima colina acetiltransferase. A colina pode ser obtida através da ingestão de alimentos como o fígado, gema de ovo, queijo, aveia, soja e feijão e o acetil-CoA, pela reação de descarboxilação oxidativa do piruvato (produto da glicólise).
Esse neurotransmissor apresenta dois tipos principais de receptores (canais de cátion controlados por ligantes de acetilcolina, nicotina e muscarina): o muscarínico (age nas sinapses neuronais) e o nicotínico ( age nas sinapses neuronais e neuromusculares). Cada um deles apresenta subunidades que auxiliam na captação de acetilcolina.
A liberação e captação de acetilcolina ocorre da seguinte maneira:

1) O impulso nervoso alcança a terminação do neurônio pré-sináptico, causando a abertura de um canal de cálcio;
2) Entram íons de cálcio e saem vesículas com acetilcolina do neurônio pré-sináptico (despolarização);
3) A captação das vesículas pelo neurônio pós-sináptico é feita e as moléculas não captadas pelos receptores são degradadas pela enzima acetilcolinesterase em colina e acetato e levadas de volta ao neurônio pré- sináptico para produção de novas moléculas de acetilcolina;
4) Na recepção da acetilcolina, há a entrada de íons de sódio e saída de íons de potássio no neurônio pós-sináptico.




Algumas substâncias podem potencializar ou atrapalhar a ação de neurônios colinérgicos no organismo. Elas são chamadas, respectivamente, de agonistas e antagonistas colinérgicos.
Como exemplo de agonistas tem-se a nicotina e a muscarina, que ativam os receptores de acetilcolina dos respectivos tipos (além disso, a nicotina faz com que o canal de liberação pré-sináptico permaneça aberto - um dos efeitos causados pelo fumo).
Como antagonistas, tem-se a atropina que bloqueia a ação de acetilcolina nos receptores muscarínicos; a toxina botulínica que inibe a liberação de acetilcolina (pode matar em pequenas concentrações); a a-bungarotocina (encontrada em veneno de algumas cobras causando paralisia muscular e parada respiratória) que impede a abertura dos canais iônicos receptores; e a d-tubocuraina, que impede a abertura dos canais, mas apenas na junção neuromuscular (é usada juntamente com anestesia geral para relaxamento muscular profundo ou prolongado).

Agora que a forma de ação da acetilcolina foi detalhada, nas próximas postagens faremos a relação direta dessa neurotransmissor com drogas (cigarro) e doenças mentais (Alzheimer e Parkinson).



Referências Bibliográficas: