segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sistema nervoso, Neurônios e Sinapses

Olá, queridos leitores!
     Aqui é o Caio. Queria me desculpar pelo atraso, sou o responsável pelas postagens nas segundas-feiras e iria postar entre às 18h e 19h, mas houve uns imprevistos (fui fazer um curso sobre hipertensão na Escola Superior de Ciências da Saúde e descobri que a Biblioteca já estava fechada, ou seja, não havia nenhum meio de acessar a internet) mas prometo que seguiremos a risca os dias de postagem.

     Enfim, o blog começou e o grupo está bem animado para começar a postar várias coisas sobre os neurotransmissores (e a relação das drogas e doenças mentais com eles), mas antes disso é necessário que se explique um pouco sobre o sistema nervoso, os neurônios e as sinapses.




Sistema Nervoso
Sistema Nervoso (imagem retirada de Gray's Anatomy,  Elsevier, 2011)

     O sistema nervoso é tem como função coordenar e regular as funções corporais, ele capta modificações no meio interno e externo ao indivíduo e executa respostas adequadas para que se mantenha a homeostase (equilíbrio corporal).

     O sistema nervoso é constituído por dois componentes principais: as células da glia (neuroglia) e os neurônios. A neuroglia é composta por células que estão associadas à sustentação, isolamento e nutrição dos neurônios e dos processos de defesa do organismo (elas não são o foco desta postagem mas vale citar aqui 
os oligodentrócitos e célula de swan, que são células que produzem a bainha de mielina nos axônios dos neurônios – a primeira no sistema nervoso central e a segunda no sistema nervoso periférico -, os astrócitos, importantes para a sustentação e nutrição dos neurônios e micróglia, que possui células fagocitárias que protegem o sistema nervoso.).

Neurônio
     É a unidade funcional do sistema nervoso, é uma célula eletricamente excitável que recebe e transmite informações por sinapses elétricas e químicas. Em neurônio típico pode se notar três partes distintas: os dendritos (sempre em muita quantidade), o corpo celular e o axônio (geralmente apenas um, pois o neurônio transmite uma mensagem específica).
Caminho de impulso nervoso. Modificada de
     Os dendritos são prolongamentos da estrutura celular especializados em receber estímulos de outros neurônios ou do ambiente. Geralmente são curtos, numerosos e muito ramificados, isso possibilita que um neurônio receba muitas informações de uma vez.

     O corpo celular contém as organelas celulares, concentrado nele todo o metabolismo da célula.
     O axônio é um prolongamento do neurônio que recebe a informação do corpo celular e tem a função de repassá-la para uma glândula, um músculo ou para outro neurônio. Axônios podem são mais longos que os dendritos e podem chegar a um pouco mais de um metro de comprimento.

     A direção do impulso nervoso é dos dendritos ao corpo celular e do corpo celular para o axônio. O impulso nervoso é gerado por uma excitação do neurônio que é gerada pelas terminações do axônio nas terminações dos dendritos e pode ser de natureza elétrica ou química. As terminações dos axônios não têm contato físico com os dendritos, há, entre eles, um espaço muito pequeno (entre 20nm e 50nm) chamado fenda sináptica.

Sinapses
     Podemos separar as sinapses em sinapses elétricas e sinapses químicas. As elétricas há uma transferência direta de íons por locais específicos, chamados junções. Esse tipo de sinapse é muito efetiva, a corrente de íons faz o potencial de ação do neurônio pré-sináptico (o que vai transmitir a mensagem pelo axônio) passar para o neurônio pós-sináptico (o que vai receber a mensagem pelos dendritos) quase que instantaneamente. Isso permite uma alta velocidade de transmissão e uma atividade de neurônios bem sincronizados. São presentes nas células epiteliais, células do músculo cardíaco.
Sinapse Elétrica. Retirada de http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso2.asp
     A sinapse química é mais comum que a elétrica nos mamíferos. O terminal axonal do neurônio pré-sináptico contém vesículas membranosas que guardam neurotransmissores (que são produzidos no corpo celular e “empacotados” no complexo de golgi antes de serem enviados para os terminais axonais), essas vesículas são chamadas de vesículas sinápticas.

     Durante a transmissão do impulso nervoso há a despolarização das membranas do neurônio e quando ela chega ao terminal axonal do neurônio pré-sinaptico induz a liberação de Ca²⁺, que se liga às membranas das vesículas e permite que elas se fundam com a membrana da célula possibilitando uma exocitose do conteúdo das vesículas na fenda sináptica.  A membrana dendrítica (do neurônio pós-sináptico) apresenta proteínas que detectam o neurotransmissor enviado (os receptores, que são especializados, cada tipo só reconhece um determinado neurotransmissor). O neurotransmissor altera a permeabilidade da membrana pós-sináptica e abre canais para a entrada ou saída de íons e isso modifica o potencial da membrana pós sináptica, podendo despolarizá-la, assim a sinapse pode ser denominada sinapse excitatória, ou hiperpolarizá-la, e a sinapse é denominada inibitória (esse mecanismo de excitação e inibição será melhor explicado posteriormente, pois fica mais simples explicá-lo juntamente com a abordagem sobre os neurotransmissores).

     Os neurotransmissores fazem ligações químicas com os receptores e não podem se manter nesta ligação depois que a sua finalidade (propagar a informação) foi cumprida pois isso não permitiria que, quando houvesse uma nova descarga destes neurotransmissores eles também passassem a informação, além de que isso manteria a estrutura do neurônio pós-sináptico alterada. Por isso há meios que destroem os neurotransmissores por meio de uma enzima específica, há o transporte por difusão ou por transporte ativo para o neurônio pré-sináptico para que ele seja reutilizado.

     Resumidamente, na sinapse química  o axônio de um neurônio converte no, terminal axonal, um sinal elétrico (o impulso nervoso) em um sinal químico que atravessa a fenda sináptica e se liga aos receptores na membrana pós-sináptica. Essa ligação química do neurotransmissor gera uma série de mudanças fisiológicas no neurônio pós-sináptico, fazendo este também criar um potencial de ação.

     Alguma alteração nesses mecanismos de transmissão pode causar complicações e alterar o funcionamento correto do organismo (é o que acontece em doenças mentais). Os mecanismos de ação específicos dos diversos neurotransmissores e a consequência das alterações feitas pelas drogas serão explicados em postagens futuras.
Sinapse Química. Retirada de 

Um comentário:

  1. Caramba meu, vocês são "feras", em suas informações bem objetivas.
    Sou Nutricionista, quero dar parabéns pelo belo trabalho!

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