terça-feira, 31 de maio de 2011

Neurotransmissores - Aminoácidos II


Muito bem, como prometido hoje vamos à segunda parte do post sobre aminoácidos. Da última vez falamos sobre o glutamato, principal neurotransmissor excitatório do SNC, hoje falaremos sobre o GABA, o principal inibitório.


GABA
O ácido gama-aminobutírico (GABA) é o principal neurotransmissor inibitório do SNC, ocorrendo n
uma faixa de 30 a 40% de todas as sinapses, perdendo somente para o glutamato. A concentração do GABA é tão expressiva que é de 200 a 1000 vezes maior que a da
acetilcolina.

Por ter caráter essencialmente inibitório, o GABA modula grande número de sinapses, evitando a superestimulação. Além disso modula a ação de vários neurotransmissores, incluindo serotonina, dopamina e noradrenalina.

É sintetizado a partir do L-glutamato por meio da enzima glutamato descarboxilase e sua inativação se dá por meio de transaminação, dando origem ao semialdeído succínico (vejam a figura para entenderem melhor). Tanto o GABA como o glutamato são sintetizados a partir do alfacetoglutarato, que é um dos intermediários do ciclo de Krebs.

O GABA segue um ciclo desde a sua liberação até sua reposição: após ser liberado por vesículas do neurônio pré-sináptico e ativar receptores no pós-sináptico, células da glia capturam o GABA e este sofre a transaminação. Esta se dá por meio de GABA-T (GABA transaminase) e seu produto é o semialdeído succínico. O semialdeído é oxidado e gera ácido succínico, que na mitocôndria é convertido em alfacetoglutarato, que pode seguir o ciclo de Krebs, ou por ação da mesma GABA-T, sofrer transaminação e se tornar L-glutamato (isso tudo está ocor
rendo na célula da glia). Como já vimos, o glutamato é geralmente presente na sua forma inativa, glutamina, e, após o transporte da glutamina da célula glial para o neurônio pré-sináptico, está pode retornar ao estado de L-glutamato e formar GABA, reiniciando o ciclo.

A glutamato descarboxilase (enzima que transforma o glutamato em GABA) apresenta como cofator o piridoxal fosfato. Esse nome difícil é o dado ao estado ativado da vitamina B6 e sua presença vai estimular a reação e, portanto, a formação de GABA. É por isso que quando há uma grave deficiência de vitamina B6 podem ocorrer convulsões, por insuficiência de GABA.

Ele está relacionado ao relaxamento, ao sono e produz um efeito relaxante no cérebro. Outro efeito interessante é que o GABA estimula a hipófise anterior, estimulando a liberação do GH. Este, que é o hormônio do crescimento, influencia a qualidade do sono. Com o aumento de sua concentração no corpo estimulado pelo GABA, promove-se um sono mais tranquilo e menos interrompido.

O efeito inibitório do GABA se dá por ele tender a igualar a carga elétrica do neurônio à do meio extracelular, e ele faz isso de duas formas: promovendo a saída de íons Cl- por meio de ligação aos receptores GABA-A e a saída de íons K+ ao se ligar a receptores GABA-B (Lembre-se que o meio extracelular é mais positivo que o neurônio). Esses dois receptores estão ligados a canais que permitem o fluxo desses íons.

Algumas drogas como o diazepam (Valium®) aumentam a sensibilidade do GABA-A ao GABA, promovendo uma ação mais prolongada e efetiva. Enquanto outras como a cafeína possuem efeito oposto. Por isso é que o diazepam é prescrito para controle de ansiedade, promove-se o efeito do GABA, que tem relação direta com ela.

Fontes:








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